Van Hattem critica prisão de Bolsonaro e defende anistia

A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-chefes das Forças Armadas para o início do cumprimento de pena pela tentativa de golpe de Estado ainda causa rebuliço em Brasília. Um dos defensores de Bolsonaro, o deputado federal Marcel Van Hattem (Novo), voltou a criticar a condenação e a prisão do ex-presidente, defendendo que, em breve, o Congresso deve votar um projeto de anistia parcial ou total aos condenados. Ele também acredita que a renovação do Senado e da Câmara para 2027, com maioria de direita, seria a chance de avançar com proposta de anulação das condenações e de impeachment de ministros do STF. Veja no YouTube do Diário trechos da entrevista dada ao F5, na Rádio CDN, nesta quarta-feira (26).

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Condenação

“Ainda que tenha havido atos de vandalismo no 8 de janeiro, e a gente repudiava todos eles, a quebradeira foi por parte de uma minoria, que já pagou muito mais do que qualquer vândalo no Brasil pagaria por esse tipo de crime. O que nós estamos vendo é uma perseguição política infindável e, no caso do ex-presidente Bolsonaro, ainda mais absurdo porque a gente vê ele não estava em Brasília no 8 de janeiro. Acusam de liderar uma tentativa de golpe armado. Imagina, 8 de janeiro ninguém tinha arma, tinha a Bíblia, a bandeira do Brasil.”

Projeto de anistia

“O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, quer algum tipo de anistia na pauta sim. Agora, ele não sabe ainda qual é o texto que vai ser apresentado pelo relator Paulinho da Força e se está de acordo com o que os senadores vão votar. Então, há um processo de negociação muito grande agora para entender que tipo de projeto vem. Eu defendo a anistia ampla, geral e irrestrita. É óbvio que tem outros líderes que querem uma redução de penas, uma forma de atenuar o sofrimento dessas pessoas, e nós precisamos ver o que vai ser possível votar aqui no Congresso nas próximas semanas, mas não tenho dúvida que alguma coisa vai precisar ser votada.”

Anulação de penas

“(A ideia de anulação de penas) Provavelmente vai ter que ser o novo Senado que assume em 2027. Vai ser um Senado de maioria conservadora de direita, de oposição ao PT e aos abusos do STF, e nós vamos precisar tratar do reequilíbrio entre os poderes a partir dessa nova composição do Senado.”

Impeachment de ministros do STF

“Hoje, a grande maioria, a começar pelo ministro Alexandre de Moraes (deveria sofrer impeachment), porque todos, de uma forma ou de outra, ou praticamente todos, já infringiram a lei de responsabilidade em virtude dos crimes cometidos. Os abusos de autoridade estão muito bem tipificados. Pelo menos, o Flávio Dino entraria, a gente já fez um processo de impeachment contra ele. Do Gilmar Mendes, foi feito pedido lá atrás. Do Moraes, diversas vezes. Talvez sobrariam os ministros Fux e André Mendonça.”